As condutas de Tubagens TOM de PVC-O de uma rede com pressão fazem parte de um sistema integral que interage em conjunto com os restantes elementos e equipamentos que o compõem.
Para garantir o funcionamento ideal das redes constituídas por tubagens TOM e outros elementos de conexão, estas redes não só devem estar condicionadas às singularidades do comportamento geotécnico e verificar que o design e a localização dos elementos de segurança necessários estão de acordo com os requisitos de exploração, mas também é essencial garantir a integridade das tubagens e dos restantes elementos que compõem a rede, a partir do submetimento das mesmas a vários testes de pressão com água antes da sua colocação em serviço.
Para realizar os testes de pressão com as máximas garantias, é aconselhável aplicar as recomendações contidas na Norma UNE-EN 805:2000 "Abastecimento de água. Especificações para redes exteriores aos edifícios e seus componentes". No entanto, é importante ter em conta que, em qualquer caso, as instruções dadas pela direção da obra e pelas especificações técnicas do projeto prevalecerão sobre qualquer tipo de indicação.
Entre as diferentes recomendações a ter em conta, é de referir que:
- Os testes de pressão não devem ser realizados mais de 8 semanas após a instalação das tubagens.
- Os testes de pressão devem ser realizados por secções, com o comprimento estabelecido no projeto ou pela direção da obra de acordo com as especificações contidas na norma UNE-EN 805:2000.
- A obrigatoriedade da realização de um teste geral da rede de distribuição através dos grupos motobomba da estação de bombeamento, não deve isentar da consecução parcial dos testes efetuados nas diversas secções que compõem a rede.
- Uma mesma secção não deve ser composta por tubagens de material, diâmetro ou rigidez nominal diferentes, a menos que a direção da construção decida o contrário.
É de salientar também a grande importância de escolher de forma adequada a classe e timbragem das tubagens, já que estas serão submetidas a diferentes esforços e exigências durante todo o seu ciclo de vida.
Para iniciar os testes de pressão, primeiro o projetista deve especificar a pressão ou pressões do projeto (DP), a pressão máxima do projeto (MDP) e as pressões de teste da rede (STP) considerando todas as condições de caudal adequadas.
Normalmente, a pressão de teste em obra (STP) é definida no projeto ou é definida antes do início da obra, de acordo com o procedimento ou critério de teste aceite pela administração ou direção de obra competente. Caso contrário, as condições de teste são estabelecidas considerando previamente a pressão de serviço prevista em regime permanente, incluindo na mesma a pressão máxima de exploração, que nunca deve ser superior à pressão máxima de projeto (MDP) dos componentes da instalação.
Um processo de teste de pressão completo deve incluir as seguintes fases:
- Uma fase de teste preliminar, que visa criar as condições iniciais para as variações de volume dependentes da pressão, do tempo e da temperatura. Para isso, deve-se estabilizar a parte da conduta a ser testada, permitindo a maioria dos movimentos e permitindo o aumento de volume dependente da pressão.
- Uma fase de teste de purga, que permite estimar o volume de ar restante na conduta. A presença de ar reduziria a precisão do teste de perda de pressão e do teste de perda de água.
- Uma fase de teste principal. Neste caso podemos distinguir dois métodos, sendo a pressão de teste escolhida a critério da direção da obra ou estabelecida de acordo com as recomendações estabelecidas na Norma UNE-EN 805:2000.
Os dois métodos a serem usados para uma pressão de teste com base no critério da Norma UNE-EN 805:2000 são:
- Método de teste de queda ou perda de pressão
Nos casos em que o golpe de aríete tenha sido calculado detalhadamente, a fórmula a aplicar será: STP = MDPc + 100 kPa
Pelo contrário, nos casos em que o golpe de aríete não foi calculado, será considerado como pressão de teste (STP) a pressão de teste máxima. Neste caso, o “menor” dos dois valores dos supostos analisados.
STP= MDPa x 1,5
ou
STP= MDPa + 500 kPa
Método de teste de perda de água. Decorrida a primeira hora de teste, a perda de água aceitável não deve exceder o valor calculado utilizando a seguinte fórmula:
ΔVmáx é a perda de água admissível, em litros (l)
V é o volume da secção da conduta em teste, em litros (l)
Δp é a queda de pressão admissível durante o teste (20 kPa para o PVC-O), em quilopascais (kPa)
Ew é o módulo de elasticidade da água, em quilopascais (kPa)
ER é o módulo de elasticidade de flexão transversal da parede do tubo, em quilopascais (kPa)
e é a espessura nominal do tubo, em metros (m)
D é o diâmetro interior do tubo, em metros (m)
1,2 é um fator de correção que tem em conta, entre outras coisas, o efeito do ar residual existente na tubagem
Se durante a realização desta etapa principal a pressão descer ou as perdas de água excederem os valores admissíveis indicados previamente, deve-se proceder à correção dos defeitos observados. Este teste será repetido até que seja superado com sucesso.